9 de julho de 2024
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Os festejos juninos e suas comidas típicas ajudam a movimentar a economia nas feiras de Sergipe, contribuindo para a geração de renda dos médios e pequenos produtores do estado. Com a proximidade do dia 13 de junho, que homenageia Santo Antônio e abre as celebrações do ciclo junino, a procura por produtos como o milho, amendoim, macaxeira, coco seco, tangerina e laranja aumenta ainda mais. Na Central de Abastecimento de Sergipe (Ceasa), em Aracaju, o número de pessoas que circulam no local, nos meses de maio e junho, chega a ser quase três vezes maior do que nos demais meses do ano.

O presidente da Associação dos Usuários da Ceasa de Aracaju (Assuceaju), Wilson Nunes, que administra o espaço, afirma que, de julho a abril, o espaço recebe de 2 mil a 2, 5 mil pessoas por dia, mas que entre maio e junho o fluxo diário pode chegar até a 7 mil pessoas. “Desde o início de maio, percebemos o aumento de fluxo de pessoas na Ceasa, procurando tanto o milho quanto o amendoim e a tangerina, que são produtos da época. A partir do mês de junho, são de 4 a 7 mil pessoas todos os dias aqui, na Ceasa Aracaju”, informa.

Segundo Wilson Nunes, com relação às mercadorias, os números, em junho, também superam o dobro dos meses anteriores. “Temos uma média diária de cerca de 70 caminhões que chegam à Ceasa de segunda a sábado, no mês de junho, praticamente o dobro dos outros meses”, aponta.

Somente de caminhões de milho, conforme o presidente da Ceasa Aracaju, a Central recebeu, em média, 5 cargas por dia em maio, enquanto que em junho, a média diária deverá ser de 25 caminhões de milho por dia. “E esse ano nós temos uma prerrogativa muito positiva, que choveu na época certa no nosso estado e 90% do milho que é vendido na Ceasa é da nossa região, ou seja, de Lagarto, Itaporanga, Umbaúba, Cristinápolis e Itabaianinha, isso é muito importante porque fomenta também o emprego, a renda e a economia do nosso estado”, explica Nunes.

De Itabaianinha, no sul sergipano, o produtor e vendedor de milho Fábio de Oliveira, 24 anos, confirma o aumento da procura da população pelos produtos típicos do São João. “No período do verão, a gente vende um caminhão de milho por semana, mas neste período agora, a gente vende um caminhão por dia, que são cerca de 15 mil espigas. Esse é o melhor período, é tudo de bom, é muita comida e as pessoas procuram a agricultura, o nosso milho, amendoim, tudo aumenta a procura. E o dinheiro gira mais, dá pra ganhar um dinheiro extra, fazer uma renda melhor”, conta o agricultor, que trabalha com a venda de produtos agrícolas há 5 anos.

Para a vendedora Maria de Fátima, 57, as festas no estado estimulam as vendas no período junino. “Quando começa junho as pessoas começam a procurar ainda mais. São cerca de 100 sacos que vendemos por dia normalmente, mas, nesse período das festas de São João, são mais de 200 sacos. O que vier, a gente vende, porque é muita procura. É a época que a gente ganha um pouquinho a mais”, comemora a vendedora de amendoim.

Na banca de Daniela dos Santos, 38, a busca pelos ingredientes dos quitutes das festas juninas inicia em maio e se intensifica no mês dedicado aos santos Antônio, João e Pedro. “É uma época que a gente melhora realmente as vendas, relacionadas às comidas típicas: o milho, o coco para fazer a canjica e o arroz doce, a tangerina, a laranja, até a própria melancia, o pessoal procura muito. A gente vende em torno de 50% a 70% a mais. Logo no início de maio, já começamos a sentir esse aumento, mas em junho é ainda melhor”, revela a comerciante.

Os clientes também aproveitam a época para garantir os produtos típicos em suas mesas, como é o caso do aposentado José Almeida, de 63 anos. “Nesse período compro ainda mais, porque a família é grande e fazemos uma mini festinha, com amendoim, milho e laranja. Sábado estive aqui e comprei tudo, mas o milho e o amendoim já acabaram, agora vou comprar mais. A gente todo ano brinca [o São João] e tem que ter o milho cozido, amendoim, laranja e a canjica, né!?”, destaca o senhor.

Economia

De acordo com Wilson Nunes, o período junino é muito aguardado pelos comerciantes da Ceasa, já que é uma época que muitos conseguem garantir uma renda a mais. “Costumamos dizer que junho, no ditado popular, é o nosso filé. É o nosso melhor momento na economia, tanto para a Administração da Ceasa quanto para os comerciantes. Nós geramos, em média, de R$ 1,5 a 2 milhões nos meses normais. Já em junho, pode chegar a R$ 4 milhões gerados pelo pequeno e médio agricultor aqui do estado”, ressalta o presidente da Ceasa Aracaju.

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